Ementa

CRIA, NO MUNICÍPIO DE CABO FRIO, O MONUMENTO A SÃO CRISTÓVÃO, A SER ERIGIDO NA PRAÇA PRINCIPAL DO BAIRRO DE MESMO NOME.

Justificativa

PROJETO DE LEI Nº 089 DE 19 DE MAIO DE 1983.

CRIA, NO MUNICÍPIO DE CABO FRIO, O MONUMENTO A SÃO CRISTÓVÃO, A SER ERIGIDO NA PRAÇA PRINCIPAL DO BAIRRO DO MESMO NOME.

A CÂMARA MUNICIPAL DE CABO FRIO, NO USO DE SUAS ATRIBUIÇÕES LEGAIS,

R E S O L V E :

ARTIGO 1º - FICA CRIADO NO MUNICÍPIO DE CABO FRIO, O MONUMENTO A SÃO CRISTÓVÃO, A SER ERIGIDO NA PRAÇA PRINCIPAL DO BAIRRO DO MESMO NOME.

ARTIGO 2º - O MONUMENTO A SER ERIGIDO, DEVERÁ SER ESCULPIDO EM MÁRMORES, SENDO QUE, DEVERÁ PROJETAR A IMPORTÂNCIA DO MÁRTIR DO SÉCULO III.

ARTIGO 3º - O MONUMENTO DEVERÁ TRAZER INSERIDO EM SEU PEDESTAL A SEGUINTE INSCRIÇÃO: CHRISTOPHORO, CHRISTOPHO, CRISTOVÃO: AQUELE QUE CARREGOU O CRISTO, PADROEIRO DOS MOTORISTAS.

ARTIGO 4º - ESTA LEI ENTRARÁ EM VIGOR NA DATA DE SUA PUBLICAÇÃO, REVOGADAS AS DISPOSIÇÕES EM CONTRÁRIO.

SALA DAS SESSÕES, 19 DE MAIO DE 1983.

VEREADOR ALCINEIDES FERREIRA DE SOUZA - AUTOR

J U S T I F I C A T I V A :

O BAIRRO SÃO CRISTÓVÃO, HOJE REPRESENTA SEM DÚVIDA ALGUMA, A FORÇA DO PROGRESSO DE CABO FRIO E A PUJANÇA DE SUA GENTE. AO SER DENOMINADO COMO SÃO CRISTÓVÃO, A COMUNIDADE EXPRESSOU DE MANEIRA INEQUÍVOCA A SUA VOCAÇÃO RELIGIOSA E HOMENAGEOU AO SANTO QUE É CONHECIDO COMO PADROEIRO DOS MOTORISTAS E POR EXTENSÃO, DOS VIAJANTES. MAIS DO QUE JUSTA, SERÁ A PERPETUAÇÃO PARA AS GERAÇÕES FUTURAS DA IMPORTÂNCIA DE SÃO CRISTÓVÃO, ATRAVÉS DE UM MONUMENTO. SEGUNDO A LENDA GREGA, SÃO CRISTÓVÃO ERA UM BÁRBARO ANTROPÓFAGO, DA TRIBO DOS CINOCÉFALOS - HOMENS COM CABEÇA DE CÃO - QUE SE CONVERTEU, FOI ENGAJADO NOS EXÉRCITOS IMPERIAIS E SE RECUSOU A APOSTAR, MORRENDO SOB INOMINÁVEIS TORTURAS.

A LENDA OCIDENTAL APRESENTA-O DIFERENTEMENTE, UM GIGANTE COM MANIA DE GRANDEZAS. SERVINDO UM REI PODEROSO, QUE, SUPUNHA, FOSSE O MAIOR DA TERRA, DEIXOU-O, QUANDO SOUBE QUE SATANÁS ERA MAIOR E MAIS PODEROSO.

OUVINDO QUALQUER COISA A RESPEITO DE JESUS, MUITÍSSIMO SUPERIOR A SATANÁS, CRISTÓVÃO PROCUROU INFORMAR-SE. BUSCOU ELUCIDAÇÕES COM UM ERMITÃO, E FICOU SABENDO QUE NOSSO SENHOR ERA ABSOLUTAMENTE O REVERSO DO DEMÔNIO, APRECIANDO OS HOMENS PELA BONDADE PARA COM O PRÓXIMO, NÃO PELA GRANDEZA.

TENDO-SE FIXADO À BEIRA DE UM RIO CAUDALOSO, PARA FAZER BEM AOS SEMELHANTES, PROPÔS-SE ATRAVESSAR DE UMA MARGEM A OUTRA AQUELES QUE DISSO NECESSITAVAM, VALENDO-SE DA FORÇA IMENSA DE QUE ERA DOTADO.

UMA NOITE, UM BELO MENINO REQUEREU OS PRÉSTIMOS DO GIGANTE. CRISTÓVÃO TOMOU-NO NOS OMBROS E ENCETOU A TRAVESSIA DA CORRENTE.

'C0 MEDIDA QUE AVANÇAVA PELAS ÁGUAS, MAIS AQUELA TENRA CRIATURINHA LHE PESAVA ASSUSTADORAMENTE. QUE SIGNIFICAVA AQUILO? COMO PESAVA! ERA DE DERREAR! DIR-SE-IA QUE LEVAVA AOS OMBROS O PESO DO MUNDO! E O GIGANTE, ARFANDO E BUFANDO, ARRIMADO NO BORDÃO QUE ARCAVA AO ESTRANHO PESO, DEPOIS DE LUTAR CONTRA A FADIGA, TODO CANSAÇO, CONSEGUIU ATINGIR A MARGEM OPOSTA, QUE LEVARA UM TEMPO INFINDO PARA SER ALCANÇADA.

LIMPANDO O SUOR DO ROSTO AFOGUEADO, CRISTÓVÃO, DE NARINAS DILATADAS, SORVENDO SOFREGAMENTE O AR QUE LHE FUGIA DOS PULMÕES, EXCLAMOU AO MENINO, JÁ EM TERRA FIRME:

O MUNDO NÃO É MAIS PESADO DO QUE TU!

E O MENINO, SORRINDO-LHE MUITO DOCEMENTE, RETRUCOU:

TU LEVASTE SOBRE OS OMBROS MAIS DO QUE O MUNDO TODO - LEVASTE O SEU CRIADOR! EU SOU O JESUS QUE TU SERVES!

MAIS TARDE, POR AQUELE JESUS QUE TEVE A SUBLIME VENTURA DE TRANSPORTAR ÀS COSTAS, O BOM GIGANTE INABALAVELMENTE DARIA A VIDA, SEM SE IMPORTAR COM A CRUELDADE DOS ALGOZES.

SÃO CRISTÓVÃO, LOGO, PASSOU A SER INVOCADO PELOS CONDUTORES DE VEÍCULOS E PELOS VIAJANTES. E A FÓRMULA CHRISTOPHORUM VIDEAS, POSTES TUTUS E AS TORNOU-SE COMUM ATRAVÉS DOS TEMPOS. E AOS QUE IAM VIAJAR, PARA QUE O FIZESSEM COM SEGURANÇA E SEM ATRAPALHAÇÕES, ACONSELHAVA-SE:

OLHA SÃO CRISTÓVÃO E VAI TRANQÜILO!

DIZ O MARTIROLÓGIO, NUMA SÍNTESE:

“NA LÍCIA, SÃO CRISTÓVÃO, MÁRTIR, QUE, SOB O IMPERADOR DÉCIO, TENDO SIDO FERIDO COM VARAS DE FERRO E PRESERVADO DA VIOLÊNCIA DO FOGO PELO PODER DE JESUS CRISTO, FOI, AFINAL, ATRAVESSADO DE FLECHAS E RECEBEU O MARTÍRIO, PELA DECAPITAÇÃO (III SÉCULOS?).